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Nesse ambiente politicamente conturbado, o filósofo construiu a sua “cidade perfeita”, utopia prevista em sua principal obra: “A República”, como instrumento capaz de orientar uma sociedade estável que tende à perfeição. Nesse sentido, Platão propõe a substituição da plutocracia, que reinava na Atenas imperial, por uma sociedade governada pelos melhores homens do seu tempo, em termos de conhecimento e sabedoria.
O raciocínio ético e político do filósofo grego estavam amparados numa psicologia e teoria do conhecimento (epistemologia). Ele concebia a alma humana dividida em três partes (racional, irascível e concupiscente), sem harmonia equitativa entre elas. Cada uma preponderava sobre as outras, de acordo com a função que cada pessoa teria no grupo social a que deveria pertencer, dentro da estrutura de sua cidade perfeita - justa. Partindo dessa premissa, aqueles que fizessem bom uso do intelecto integrariam a classe responsável em governar a cidade, os guardiões, pois seriam capazes de se impor aos apetites e à coragem (do âmbito do sensível) - que são, respectivamente, as características das classes que deveriam ser comandadas: os artesãos e soldados -, praticando as ações necessárias ao bom funcionamento da cidade.
Podemos dizer que a utopia política platônica contempla o que atualmente chamamos de MERITOCRACIA, isto é, o governo dos mais aptos. Este entendimento se alinha perfeitamente com a noção de justiça que o filósofo privilegia em sua obra e que possui como princípio filosófico a sentença: "DEVEMOS DAR A CADA PESSOA O QUE LHE É DEVIDO, SEGUNDO A SUA NATUREZA".
Partindo de sua psicologia e teoria política, Platão se afastou da