Deusas da Justiça
Na história da humanidade existem muitos deuses que são atribuídos ao papel da justiça, embora a grande maioria possui culturas diferentes, muitos têm semelhanças e deram origem ao que se pode aclamar por “justiça”. Apesar da enorme quantidade de deuses, este trabalho apenas terá foco em Themis, Dike e Iustitia.
Hesíodo
Para entender o papel filosófico e cultural dos deuses da justiça é importante relatar e apresentar Hesíodo.
Hesíodo foi um dos primeiros poetas na Grécia antiga, conhecido pelas obras: “Trabalho e os dias” e “Teogonia”. Ambas as obras estão em forma de poesia e relatam o surgimento das divindades e das relações destes com o homem. Em o “Trabalho e os dias’ Hesíodo apresenta o conceito de “justiça”, ou Díkê, ao relacionar as divindades com o ser humano em seu trabalho, de forma que atribui o papel da justiça à prática de resolução de conflitos. O poeta conta a história de uma luta judicial entre ele e seu irmão Perses pela herança paterna. O poeta ao perder a lide, resolve contar fábulas e contos sobre a justiça para os “juízes”, de forma a tentar ganhar a luta. Hesíodo coloca o conceito de justiça numa relação necessária com divindades.
Thêmis
Thêmis era filha de Urano e de Gaia. A deusa pertencia ao mundo dos titãs na mitologia grega, isso é, vinha da era da origem dos deuses. Thêmis era uma deusa da segunda geração e foi criada, juntamente, com Nêmesis (Deusa da ética) pelas moiras. O nome Thêmis significa: “aquela que é posta, que coloca”, em outras palavras que impõe ordem. Na mitologia grega Thêmis é atribuída a deusa da proteção dos oprimidos, da lei, da ordem e igualdade.
Hesíodo expõe no seu livro “Teogonia”, o seguinte relato de Thêmis:
“Mas depois Gaia deitou com Urano e partiu oceano de profundos redemoinhos, coios e crios e híperion e japeto, téia, réia, têmis....”
A deusa tinha a qualidade de ser a oradora da terra, isso é, defendia a terra das injustiças dos deuses.