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No Brasil histórico;
A loucura começou a ser pensada no Brasil, mais efetivamente, no momento da chegada da família imperial, em 1808. Antes, os loucos perambulavam pelas ruas e ajudavam a lotar as cadeias públicas, ou eram internados em asilos religiosos.Alguns até permaneciam em porões de casas particulares, prática comum ainda na Idade Média.
Pinel influenciou mundialmente quanto a forma de tratamento agrecivo e a enclausura dos loucos. Trecho de seu Traité médico-philosofique sur l’aliénation mentale ou la manie, publicado em Paris, em 1801:
Os loucos com quem mais trabalho, costumo conter nos hospitais, aqueles que mais se distinguem por uma atividade tumultuosa, e os mais sujeitos às repentinas explosões de furor maníaco [...] O grande segredo de dominá-los em certas circunstâncias imprevistas, sem dar golpes nem recebê-los, é fazer com que venham muito subservientes, para inspirá-los uma espécie de medo por um aparelho que lhe cause respeito [...] Então se intima, em poucas palavras e com um tom imperioso, que se rendam e obedeçam [...] um o pega do braço, outro de um músculo ou de uma perna e assim os demais. Com sorte, levam-nos e os metem na sua jaula, frustrando todos seus esforços, e o que era o presságio de uma cena trágica, termina de modo regular [...]
Em 1830, quando o relatório da Comissão de Higiene da Sociedade de Medicina e cirurgia do Rio de Janeiro recomendava “Aos loucos, o Hospício!!”, ocorreu o reconhecimento da loucura como objeto de caridade, sem qualquer outro tipo de abordagem.
Durante o Segundo Império no Brasil, houve a criação de quinze instituições exclusivas para alienados.
No Brasil republicano, aumentou o número de internações psiquiátricas. Porém, faltava ainda uma mudança de paradigma no que dizia respeito à própria maneira de encarar a doença mental, pois permaneciam os meios coercitivos que, aos poucos, foram sendo trocados por terapêuticas químicas, elétricas (a exemplo do