Deus como fruto de uma neurose obecessiva
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Deus como fruto de uma neurose obsessivaPara Freud a religião não é capaz de proporcionar uma resposta legitima ao dilema da sua existência. Freud crê que as instituições religiosas instituíram uma ilusão que manteve o ser humano num estado de dormência. Uma ilusão criada para fazer face aos sentimentos de impotência e angústia sentidos pelo ser humano. De acordo com este pensador, a religião trata-se de uma espécie de bálsamo enganador que, apesar de nos trazer uma certa satisfação momentânea não resolve o problema de fundo que assombra o ser humano: o sentimento de impotência em relação às várias dimensões da vida.
Freud afirma que, enquanto criança, o ser humano acostumou-se a estar constantemente protegido pelas suas figuras paternais e a confiar nelas. Se pensarmos bem, numa situação de perigo as crianças correm ou gritam sempre pelos seus progenitores e serão estes que lhe prestaram auxílio. No entanto, à medida que esta criança cresce, será inevitável que ela deixe de recorrer à proteção paternal, tanto que esta nem sempre estará presente e nem será forte o suficiente para a proteger contra todos os tipos de ameaças. Para Freud, esta é a causa da necessidade de criar uma entidade protetora que seja: omnipresente (está em toda a parte, podendo assim garantir uma proteção constante), omnipotente (pode tudo, nenhuma ameaça está acima dela), omnisciente (sabe de tudo garantindo assim a justiça pois não pode ser enganada). Desta forma, o ser humano irá sempre sentir-se protegido contra qualquer eventualidade.
Pode-se então concluir que a religião tem as seguintes funções:
Exorcizar os terrores da natureza
Devido ao facto de o ser humano não ter qualquer poder no controlo de catástrofes naturais e confia, assim, que Deus o protegerá, evitando esses males.
Reconciliar os seres humanos com a crueldade do Destino
Dado que a morte é algo inevitável para todos os seres humanos, a crença de uma vida eterna, para além da morte, permite a cada um