Determinismo biológico e determinismo geografico
Estigmas raciais pré-estabelecidos não são aceitos pela antropologia contemporânea. Noções de que diferentes povos tem hábitos engendrados em seu código genético são datadas, e vão de encontro à pensamentos atrasados e de cunho evolucionista, dentro dos quais poderíamos elencar etnias de forma progressiva, ou seja, sobrepondo uma a outra da melhor para a pior.
O conjunto de comportamentos que compõe o indivíduo não está, de forma alguma, relacionado com seu código genético, como afirmado pelo antropólogo Felix Keesing: “Não existe correlação entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”. Esta afirmação é facilmente comprovada ao analisarmos crianças com origens étnicas diversas sendo criadas no mesmo ambiente, ambas apresentam comportamento cultural similar, ainda que geneticamente distintas. Desse modo, se retirarmos um infante membro da cultura x e o introduzirmos para ser criado dentro de um ambiente cultural y, este se comportara de modo similar a seus convivas e não apresentara traço cultural em comum com seu grupo originário.
Eliminado o embaraço citado nos parágrafos anteriores, persiste o problema referente à aptidão, física e intelectual. Por muitos anos se foi alardeada a supremacia intelectual dos caucasianos, enquanto que se admitia que a constituição do africâner superava fisicamente à de outros povos. Ambas as afirmações não encontram eco nas teorias antropológicas modernas, se baseando claramente em preconceitos e noções falhas de determinismo biológico, que afirmam que estas aparentes “vantagens raciais” não passam de condições adquiridas culturalmente, desenvolvidas através da prática repetitiva de ações simples e cotidianas, e o modo como os diferentes povos as realizam.
Por muitas vezes a aptidão ou a superioridade de certo povo não é somente fundamentada em argumentos biológicos, mas, se vale de considerações geográficas, utilizando o que