Determinantes Sistêmicos da competitividade
COMPETITIVIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO A PARTIR DO MODELO
KEYNESIANO DE ESCOLHA DE ATIVOS
Robson Antonio
Grassi*
1 - INTRODUÇÃO
Este texto parte do princípio de que o tema da competitividade deve ser abordado com um certo grau de profundidade, dada a sua importância para o entendimento dos acontecimentos das economias mundial e brasileira nos últimos anos. Porém, nota-se com frequência que o conceito, apesar das implicações analíticas promissoras que possui (conforme procuraremos mostrar), muitas vezes tem sido tratado simplesmente como um modismo de época - visto que quase sempre é usado somente para se medir e comparar o desempenho econômico de países, setores industriais e empresas no contexto da globalização dos mercados e acirramento da concorrência vividos nos últimos anos.
Tal ponto de vista, ao que parece, significa negar a ele a possibilidade do necessário aprofundamento teórico, que sancionaria sua importância para o entendimento da realidade atual, tanto através do aperfeiçoamento das análises de casos empíricos, como também de um melhor instrumental para a proposição de políticas públicas, principalmente a política industrial.
Esta deficiência é facilmente verificável pelo fato de muitos textos começarem com uma definição própria sobre competitividade - ao mesmo tempo em que lamentam a dificuldade teórica em abordá-la. Tal posicionamento, por consequência, acaba gerando a multiplicidade de acepções com que o conceito é utilizado (ver
Chudnovsky e Porta, 1990, por exemplo), e - de fundamental importância para este trabalho -, também resulta no isolamento dos fatores determinantes da competitividade num item separado dos textos, sem uma ligação mais estreita com sua conceituação.
Assim, boa parte dos autores - e estudos empíricos importantes, como o coordenado por Coutinho e Ferraz (1994) -, quando conceituam competitividade, têmse baseado na visão schumpeteriana de concorrência,