determinadas pessoas
A atriz Esther Góes que, ao longo dos anos, vem brindando o público com interpretações memoráveis de personagens como Tarsila do Amaral, Joana D’Arc, Heloísa de Lesbos, Virgínia Woolf, Hécuba, entre tantas outras, retorna aos palcos brasileiros na pele da atriz alemã Helene Weigel (1900-1971).
Weigel: uma mulher com posturas e opiniões singulares acerca do mundo e sua própria vida, nasceu na Áustria e realizou seus estudos na escola de Eugene Schwarzwald que a formou não só intelectualmente, mas forneceu as bases fundamentais de sua existência.
Guiada por essa autonomia, Helene, como atriz e cidadã, desenvolveu intensas atividades na Alemanha, no período historicamente conhecido como República de Weimar (1919-1933), ao lado de segmentos de esquerda daquela sociedade, tais como o Teatro Proletário de Erwin Piscator e o Partido Comunista Alemão (KPD).
Foi também nesse ambiente de criação política e estética que Helene Weigel encontrou seu parceiro afetivo, intelectual e artístico: o dramaturgo Bertold Brecht (1898-1956).
Os compromissos do casal Helli-Berti com idéias e princípios os levaram ao exílio quando da chegada de Adolf Hitler ao poder, em 1933. A partir de então, foi uma longa peregrinação pela Europa (Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia e União Soviética) até chegar aos Estados Unidos, em 1941.
Nos E.U.A., com Brecht realizando trabalhos para Hollywood, e Weigel praticamente impedida de exercer sua profissão, o casal permaneceu até 1948 e iniciou seu retorno à Europa para se estabelecer definitivamente na República Democrática Alemã (RDA).
Na Alemanha Oriental, território do socialismo alemão, em uma luta constante na defesa de princípios e práticas artísticas de esquerda, Weigel e Brecht construíram, em 1949, o seu mais belo projeto: o Berliner Ensemble.
Em meio a uma existência tão rica e diversificada, Esther Góes e Ariel Borghi elaboraram uma peça teatral que é, ao mesmo tempo, um emocionado