Desvio social
Entende-se por desvio social o conjunto de comportamentos e de situações que os membros de um grupo consideram não conformes às suas expectativas, normas ou valores e que, por isso, correm o risco de suscitar condenação e sanções de sua parte.
No início, acreditava-se que o desvio era fruto de uma irregularidade psicológica e, partindo dessa premissa, a causa era individual. Depois, surgiram outros estudiosos que diagnosticaram o problema como sendo uma desordem social que induzia o indivíduo ao desvio. Algumas das primeiras tentativas de explicar o delito tiveram, essencialmente, um caráter biológico. Cientistas acreditavam que era possível determinar previamente se uma pessoa teria tendência para o desvio apenas observando características do seu biótipo, tais como formato da cabeça, queixo, tamanho da testa, peso e outras. Surgiram teorias como as de Cesare Lombroso e William Sheldon. Cesare Lombroso foi um criminólogo italiano que, no início do século XX, se interessou em estudar a relação entre as características físicas e a predisposição para o crime. Baseado em suas observações, Lombroso chegou à conclusão de que o criminoso era alguém que apresentava sinais visíveis de uma origem bárbara, não-civilizada, tais como mandíbulas grandes, baixa capacidade cranial, cabelo crespo e em tufos, braços e dedos longos, alguma particularidade nos olhos, dentição anormal e ossos malares grandes. Apesar desse retrato determinista e racista Lombroso chegou a propor que ao invés da pena de morte, o Estado deveria enviar assassinos para o exército, onde seriam úteis para a sociedade assim como trapaceiros e vigaristas deveriam ser incentivados a se tornarem policiais ou jornalistas. Inicialmente a teoria de Lombroso provocou um grande impacto, mas estudos posteriores não conseguiram provar a vinculação entre crime e tipo físico. William Sheldon, antropólogo americano que identificou três tipos básicos de corpo: o endomorfo (Formas arredondadas,