Desvalorização do Professor
Após realizar uma reportagem sobre “O que faz um bom professor?” (Revista Época, edição 517), a revista Época (edição 519, 28/04/08) abriu um debate online, no qual dois especialistas e os internautas discutiram a seguinte enquete: O professor deve ganhar de acordo com as nota dos alunos?. A grande polêmica que permeia a discussão é a questão sobre a bonificação ao professor que atingir as metas estabelecidas pelo governo federal, pois alguns Estados como, por exemplo, São Paulo e Minas Gerais, já procuraram meios de “bonificar” o profissional da educação. Os especialistas participantes do debate (no endereço eletrônico epoca.com.br/debate) foram Miguel Arroyo, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Nacional de Educação, e Eduardo Andrade, professor do Ibmec São Paulo e especialista em economia do setor público.
Esse assunto nos leva a imaginar o cenário da Educação pública brasileira. Vivemos em um país com escolas públicas depredadas, com falta de recursos didáticos e estruturais, e com profissionais mal pagos. Mesmo com as escolas nessas situações, ainda querem um bom professor com uma maravilhosa aula, quase impossível. O recurso adotado por alguns Estados, como bonificar os melhores professores, irá apenas gerar uma competição entre esses profissionais e nada acrescentará na qualidade do ensino. Estamos inseridos em um mundo capitalista, logo, assim como nas demais áreas, o profissional da educação também almeja ter um bom salário e ser reconhecido pelo seu país.
Para Andrade seria interessante um processo de avaliação e punição salarial para o profissional que não atendesse a expectativa. Esse método defendido por este especialista seria uma espécie de humilhação para os docentes, e isto ainda não resolveria o caso. A ideia de Andrade é falha, uma vez que o professor pode tirar excelentes notas nas avaliações a ele propostas e ser um péssimo profissional em sala de aula,