Dessensibilização sistemática

1. Objetivo A dessensibilização sistemática foi desenvolvida por Wolpe, em 1958, e refere-se a um conjunto de técnicas de exposição/aproximação a um determinado estímulo traumático, envolvendo etapas básicas tais como o treino do cliente para o relaxamento e construção de uma hierarquia de ansiedade em relação ao estímulo. Pretende-se treinar uma resposta adequada ao estímulo temido, iniciando-se com o elemento mais baixo na hierarquia de ansiedade até chegar ao ponto mais alto dessa hierarquia previamente estabelecida. Esta técnica foi concebida em contexto laboratorial e consistia na provocação de um comportamento de rejeição de comida em gatos. Começou por colocar um gato numa gaiola onde aplicou um choque elétrico, repetindo esta ação várias vezes. Depois, bastou colocar o gato na gaiola sem aplicar o choque para que o gato apresenta-se um complexo de respostas negativas.
Ao longo do tempo, o gato mostrou reações negativas quando era exposto à gaiola. Wolpe procurou provocar um descondicionamento onde obteve resultados positivos, conseguindo que o gato se voltasse a alimentar dentro da gaiola. Esta técnica é muito eficaz para a extinção de um reflexo condicionado e amenizar o sofrimento do indivíduo.
2. Procedimento A dessensibilização sistemática é constituída por três fases:
1) Treino de relaxamento muscular profundo;
2) Construção de hierarquia das situações que provocam ansiedade ao paciente;
3) Representação mental dos itens da hierarquia, em espelho com o estado de relaxamento: dessensibilização propriamente dita.

2.1 Treino de relaxamento muscular profundo
O treino de relaxamento muscular profundo tem como principal objetivo estabelecer uma resposta incompatível com a ansiedade, visto que o sistema psicofisiológico subjacente ao relaxamento muscular é incompatível com o sistema subjacente à situação fóbica e, por isso, uma pessoa não pode sentir-se ansiosa e relaxada ao mesmo tempo. Este treino pode ser ensinado ao cliente ao