desmatamento
Em 2012-2013, a taxa de desmatamento na Amazônia aumentou expressivamente em 28%
(INPE, 2013), um valor considerado inaceitável, já que o poder público dispõe dos meios fundamentais para evitar tal resultado. Embora a área desmatada nesse período (5.843 km2) seja a segunda mais baixa registrada desde o início do monitoramento do Inpe (1988), ainda representa um grande desperdício, pois sobra na Amazônia uma grande área já desmatada e que se encontra completamente subutilizada. A Embrapa e o Inpe estimam que até 2010 a área abandonada ou subutilizada (coberta por pasto sujo ou pasto sob regeneração florestal) na região totalizava aproximadamente 12 milhões de hectares (5,4 vezes a área do estado de
Sergipe). Se 25% desta área fosse adequadamente utilizada, além de se evitar o desmatamento, já seria suficiente para atender a crescente demanda por carne até 2022.
Esse desmatamento, ilegal em grande parte, resultou na emissão de cerca de 253 milhões de toneladas de CO 2 , um volume equivalente a três vezes a emissão anual (2012) do setor de transporte do País 1.
Com o objetivo de refletir sobre as causas que levaram ao desmatamento e estimular reação por parte do Poder Público brasileiro, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(IPAM), o Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia (IMAZON), apresentam neste documento reflexões sobre o aumento do desmatamento ocorrido em 2013 e elencam uma série de recomendações para a redução nas taxas de destruição da floresta amazônica.
Por que o desmatamento aumentou em 2013?
O aumento do desmatamento (Figura 1) coincidiu com vários fatores que tradicionalmente incentivam o corte de florestas e atingiu florestas situadas em diferentes categorias fundiárias (Figura 2). O aumento do preço de produtos agrícolas, por exemplo, tem historicamente incentivado o desmatamento