Desmatamento na Grande Salvador
Temos três períodos que ilustram a redução da vegetação na cidade do Salvador. O primeiro momento é representado na década de 50, o segundo momento representa a década de 60, o terceiro momento representa a década de 70 e no quarto momento representa Salvador atual.
É importante frisar que a forma de ocupação e crescimento das cidades gera mudanças ambientais e graves consequências ao meio ambiente, especialmente ao clima. A massa construída das cidades (edificações, pavimentação) produz alterações na paisagem natural e influência de maneira definitiva na formação da ilha de calor urbana. A sensação térmica do centro de Salvador naturalmente já tem uma característica elevada. E junto com a falta de vegetação e a predominância de edificações e pavimentações a sensação térmica tomou características bem mais alarmantes.
Não muito distante no tempo, o baiano se questionava sobre o isolamento do condomínio Flamboyant, quase engolido pelo verde na pouco habitada Av. Paralela. Hoje essa “pré-ocupação” foi substituída por outras inquietações. A expansão indiscriminada das fronteiras de Salvador, impulsionada pelo aumento da industrialização e da urbanização dos últimos anos, tem estimulado a especulação imobiliária, provocando impactos sócio-ambientais, como mudanças no clima urbano e na qualidade de vida da população.
Em 2008, dados do IBGE já apontavam Salvador como a capital de maior densidade demográfica do país (9.087 pessoas por km²). O superpovoamento traz diversos problemas urbanísticos, sobretudo nas áreas mais carentes da cidade, onde o percentual de habitantes por quilômetro quadrado é ainda maior, gerando sérios obstáculos no acesso à infraestrutura e outros serviços.
“O descontrole da ocupação repercute em questões ambientais e sociais não só em Salvador, mas em toda a Região Metropolitana, que não é pensada. Este é um dos maiores desastres ambientais causados pela administração negligente do poder público”,