Desigualdades e discriminação
Por Iremar José Muniz Out,2013
A extrema desigualdade social no Brasil remonta a sua própria História, tendo origem na sua colonização e possui especificidades contemporâneas, sendo produto de um processo de modernização e industrialização excludentes.O Brasil apresenta grave problema de má distribuição de renda e exclusão social, afetando a classe social economicamente menos favorecida dos elementos necessários a geração de uma boa qualidade de vida. No Brasil, as desigualdades de gênero e raça não são fenômenos que estão referidos a "minorias" ou a grupos específicos da sociedade. Pelo contrário, são problemas que dizem respeito às grandes maiorias da população: segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, as mulheres representam 43% da População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil e os negros (de ambos os sexos) representam 46%. Somados, correspondem a aproximadamente 70% da PEA (60 milhões de pessoas). As mulheres negras, por sua vez, correspondem a mais de 15 milhões de pessoas (18% da PEA) e, como resultado de uma dupla discriminação (de gênero e raça), apresentam uma situação de sistemática desvantagem em todos os principais indicadores sociais e de mercado de trabalho.
Esse quadro contribui para o aumento das incertezas dos jovens em relação a realização pessoal, a conquista de um emprego e de opções de lazer. O distanciamento em relação às instituições, a violência e as drogas, contribuem para a condição de vulnerabilidade dos jovens das periferias brasileiras. Essas desigualdades afetam diretamente a população jovem que busca constantemente, formas de sobrevivência e de afirmação. A apropriação dos espaços urbanos pelos jovens é feita de modo desigual e a acessibilidade a espaços de lazer e culturais é marcada por desigualdades, ferindo profundamente o direito a