Desigualdades sociais na área da saúde: terceira idade, reconhecimento e capital social
Devani Salomão
Introdução
Este artigo é uma reflexão que visa articular as experiências do idoso, com a teoria do reconhecimento e o capital social. Busca realizar uma análise de como as pessoas da terceira idade têm se preocupado com esta fase de sua vida, com sua autonomia física e financeira, lutando por seus espaços e direitos nas esferas familiares, nos grupos sociais e no cumprimento das leis. Elas buscam visibilidade para garantir seus ambientes sociais, com igualdade e reconhecimento.
Para Bourdieu, a sociedade ganha visibilidade através de espaços sociais que se particularizam pela manifestação de relações de poder, onde os agentes vão lutar em torno de interesses específicos, ocupando posições previamente fixadas e determinadas pelo capital social por eles adquirido. Assim, os agentes que desfrutam de posições hierarquicamente reconhecidas como superiores, possuem maior prestígio e o poder de impor, aos demais, aquilo que lhes parece melhor e conveniente. Criam-se entre eles relações de dominação e, tendo os mesmos interiorizado um conjunto de visões e divisões, valores, crenças e representações, por meio de suas ações e discursos, a lógica do funcionamento dos campos tenderá a se reproduzir, como acentua Bourdieu (1989), “de uma maneira relativamente imprevisível”, mas sem atingir os princípios de poder que o estruturam. Tal perspectiva de análise traz embutida uma advertência: a de que os processos cooperativos sejam analisados a partir do reconhecimento de que quaisquer que sejam as formas de apoio, a concessão de recursos e empréstimos para implementação de políticas, programas e projetos - seja qual for o seu foco e independentemente de sua importância para os beneficiários – está se tratando de práticas e relações que ocorrem dentro de um campo de interesses não movimentado apenas pela benevolência gratuita. A cooperação envolve uma sucessão de