Desigualdade
Os casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis - DSTs ocorrem com freqüência na adolescência e aumentam as chances de contaminação pelo vírus HIV. Outras conseqüências são a infertilidade e o câncer de colo. No Brasil não há muitos relatos de casos de DSTs entre adolescentes, talvez porque somente a AIDS e a sífilis sejam de notificação obrigatória e cerca de 70% das pessoas com DST busquem tratamento em farmácias. Nos Estados Unidos, alguns autores calculam que 25% dos adolescentes tenham DSTs, sendo a faixa etária de 15 a 24 anos a de maior risco.
O pensamento idealizado e prematuro dos adolescentes faz com que se sintam invulneráveis, se expondo a riscos sem prever as conseqüências. A pouca escolaridade, o baixo nível social e econômico também estão associados às DSTs. A atitude de risco masculina também é responsável por atividades que colocam em risco a saúde tanto do homem quanto da mulher, assim como o uso de álcool e drogas, já comprovados por diversos estudos.
O artigo publicado pela Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical estudou o perfil sexual dos adolescentes atendidos no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente - NESA da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e identificou fatores de risco às DSTs na adolescência. A pesquisa comparou dados como idade, situação conjugal, renda familiar, histórico escolar, uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas, freqüência escolar e nível de escolaridade. Foram entrevistados 356 adolescentes, sendo que 109 eram sexualmente ativos e portadores de DST; 115 também eram sexualmente ativos, porém sem DST; e 132 ainda não tinham iniciado atividade sexual.
O uso de tabaco, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas estavam em grande parte associados com o fato de ser portador de DST. Entre eles, 22% fumam cigarro; 10,1% fizeram uso de bebida alcoólica seis vezes ou mais no último mês e 20,2% usaram outras drogas ilícitas no mesmo