Desigualdade
2
A Realidade Brasileira
2.1.
A Desigualdade Social no Brasil
De acordo com o levantamento do IBGE, embora a renda per capita no país seja relativamente elevada para os padrões internacionais, a proporção da renda concentrada pelos 10% mais ricos da população brasileira se mantém estável, de
1981 a 2001, em torno de 47% da renda total. A distribuição irregular da renda e a conseqüente desigualdade social gerada vêm trazendo problemas cada vez mais
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preocupantes para todos, principalmente com o aumento recente dos índices de criminalidade nos principais centros urbanos.
No Brasil, as pessoas que têm um padrão de consumo semelhante ao da classe média norte-americana e européia estão entre as mais ricas do país. A
Tabela 1 (página 16), gerada pelas tabulações especiais da Pesquisa Nacional por
Amostragem de domicílios (PNAD/IBGE, 2001), mostra que um indivíduo com renda familiar per capita mensal de R$640,00 já se encontrava entre os 10% mais ricos do país.
1% mais rico
Mais de 2500,00
10% mais ricos
Mais de 640,00
25% mais ricos
Mais de 306,08
50% mais ricos
Mais de 150,00
50% mais pobres
Menos de 150,00
Tabela 1: Renda familiar per capita (R$ de setembro de 2001)
Os grupos “pobres” mais visíveis, como prestadores de serviços domésticos e as categorias inferiores do setor público são, no sentido estatístico, as verdadeiras camadas médias da sociedade brasileira, situando-se na parte central da distribuição de renda.
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Os cerca de 56 milhões de pobres e indigentes do Brasil têm características bem delineadas, a saber:
•
Crianças (mais de 50% das crianças com até 2 anos de idade estão na classe “pobres”);
•
Afrodescendentes (representam 45% da população total, 63% dos pobres e
70% dos indigentes);
•
Nordestinos ou moradores das regiões metropolitanas do Sudeste;
•
Membros de famílias chefiadas por adultos de baixa escolaridade;