Desigualdade e pobreza no brasil - paes de barros
Resumo do texto:
Escrito em 2002, o texto tem a proposta de realizar um relato empírico e descritivo da pobreza e da desigualdade no Brasil, fazendo uma análise da evolução temporal (1977-1998) da indigência e da pobreza. Duas são as hipóteses centrais: 1) O Brasil não é pobre, mas tem muitos pobres. 2) A pobreza tem como principal determinante a estrutura de desigualdade do país.
A conclusão a que se chega é que o percentual de pobres e de indigentes no Brasil é estável, a despeito da variação de fatores macro como, por exemplo, regime político, crescimento econômico, ou taxa de inflação. A metodologia utilizada para conceituar pobreza, reduze-a à ótica da renda, relevando qualquer abordagem quanto às melhorias de bem estar (ex. redução de gastos com saúde ou educação, ou mesmo a qualidade desses serviços). Assim, a pobreza é posta na sua dimensão particular – e evidentemente simplificada – da insuficiência de renda. A magnitude da pobreza é diretamente relacionada ao número de pessoas vivendo em famílias com renda per capita abaixo da linha da pobreza.
OBS.: A estabilidade da taxa de pobreza tem, todavia, dois hiatos principais na evolução temporal em foco: 1986, quando do plano Cruzado, e 1995- 1998, quando do Plano Real. Ambos os casos mostram as implicações do efeito redistributivo do choque de inflação gerado pela mudança de moeda e plano econômico.
Métodos de análise usados: 1) Verificar a riqueza do país por meio do seu PIB, levando em consideração, também, a sua população. Nota-se que a renda média brasileira está muito acima da linha de pobreza Conclusão: A renda nacional é elevada, não há, então, escassez agregada de recursos no país, a pobreza está na alocação de tais recursos. 2) Relaciona-se a renda per capita brasileira e o percentual de pobres, e realiza-se uma análise comparativa frente a