Desigualdade social
Desigualdade social: permanência e evolução no Brasil
O objetivo deste módulo é compreender o que é desigualdade social e a sua permanência e evolução na sociedade brasileira. Por isso, iniciaremos o texto com as conceitualizações do termo “desigualdade social” e de conceitos interligados a ela, quais sejam: estratificação e mobilidade social. Em seguida, abordaremos esses temas no contexto brasileiro, buscando identificar o quanto há de desigualdade social no país, a sua evolução nos últimos anos, os tipos de estratificação existentes e o grau de mobilidade social verificado.
O que é desigualdade social?
A história da humanidade mostra-nos que, a partir do momento em que a sociedade saiu de uma produção de subsistência para uma produção de excedentes em grande escala surgiram as desigualdades sociais, as quais perduram até hoje nas sociedades contemporâneas, sejam essas ocidentais, sejam orientais, sejam capitalistas, sejam socialistas. O que diferencia as desigualdades entre uma sociedade e outra é o grau (alto, médio ou baixo) e a sua rigidez (maior ou menor probabilidade de mudança entre as classes ou grupos segregados) dentro da sociedade. Essas desigualdades são resultantes dos arranjos socialmente construídos e levam à exclusão ou à inclusão de certos grupos na estrutura social (Ribeiro, 2009, Hasenbalg and Valle Silva, 2003). Uma forma de medir a desigualdade é através do fator econômico, isto é, calculando a quantidade de pessoas abaixo das linhas da indigência e da pobreza[1], além de comparar as diferenças de ganhos entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos. Essa medida permite comparar as desigualdades entre as sociedades. O quadro 1 abaixo mostra-nos algumas das desigualdades no mundo.
Vale lembrar que as desigualdades não são apenas de cunho econômico, isto é, não só o rendimento é distribuído de forma desigual dentro das sociedades e entre as diferentes sociedades, outros fatores devem ser considerados