Desigualdade social
Para compreender a subjetividade e as relações que o indivíduo estabelece com o outro e com o mundo à sua volta é preciso contextualizar este indivíduo, estar atento à história, ao passado, à cultura na qual ele se insere e neste sentido, os métodos sociológicos têm muito mais a oferecer.
Analisando a obra de Jessé Souza e Fernando Braga da Costa, é possível notar que o sociólogo esforça-se muito mais para dar conta deste contexto sócio-histórico que possibilitou a construção da desigualdade, enquanto que o psicólogo vai direto ao relato dos seus sujeitos e propõe interlocuções muito mais tímidas com as teorias que fundamentam seu objeto de estudo. No entanto, Costa (2004) não perde de vista a importância de articular sua obra com outras áreas do conhecimento e esta tarefa é necessária para tornar seu texto tão crítico quanto o de Souza (2006).
A tentativa deste artigo é discutir dois fenômenos constantes e constituintes da sociedade brasileira a partir da interlocução entre estas duas áreas das ciências humanas.
Busca-se também compreender de que forma Souza (2000, 2003, 2006) e Costa (2004) exercem uma criticidade diante do mesmo objeto de estudo. A postura destes autores rompe barreiras ainda existentes entre a psicologia e a sociologia e revelam algumas articulações possíveis para dar conta de questões centrais nesta sociedade e que esclarecem a composição do povo brasileiro. Abre-se espaço para que outros temas sejam investigados à luz destas duas ciências, sempre firmando um compromisso social com o objeto investigado e com as outras áreas de conhecimento que possam contribuir e enriquecer esta discussão, bem como desenvolver estratégias para lidar com questões sociais tão