design
PARTE I
A HISTÓRIA DO DESIGN
O princípio da génese do Design enquanto disciplina por direito próprio ocorre com a
Revolução Industrial em Inglaterra, no final do século XVIII. Se a criação e produção de artefactos nos remete para a interpretação da história da actividade humana desde os primeiros indícios da sua presença na terra, falar da origem do Design implica clarificar as causas e condições da tomada de consciência da existência de um território de criação, detentor de um processo cognitivo próprio, suporte de uma ideia de intenção, de uma ideia de projecto. O processo que ocorreu para esta tomada de consciência tem a sua origem no final do século XIX com o estabelecimento de um novo conjunto de condições, de cuja confluência resulta um profundo impacto sobre a actividade de criação de artefactos, revestindo-a de uma importância distinta daquela que possuía até então.
O advento da máquina no processo de fabrico introduz a seriação e pressiona para a estandardização com vista à optimização de resultados, o que virá a traduzir-se numa profunda transformação das condições de trabalho num contexto de industrialização. A possibilidade de produzir em grande escala altera as condições de acesso aos bens, agora novos bens, alterando a estrutura social pelo poder aquisitivo. As consequências destes acontecimentos configuram-se na consolidação de um capitalismo e num caminho para uma ideologia de consumo que virá a impregnar e a determinar a nossa relação actual com o mundo artificial.
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A DIMENSÃO COGNITIVA DA ACTIVIDADE DE DESIGN
Capítulo I
O SÉCULO XIX
1. Introdução
Falar da génese do design implica falar das transformações históricas que conduzem à existência de um novo território de criação, o território da concepção de artefactos industriais. As condições novas, reveladas pelo século XIX, assentam num dado profundamente transformador do estado civilizacional da
cultura