O que hoje pode parecer um problema contemporâneo e jamais tão grandioso, na verdade, trata-se de um mal iniciado há séculos e que sempre foi configurado como um dos grandes males da humanidade. O efeito da poluição, que tanto afeta a salubridade humana e a conservação do meio ambiente, vem crescendo exponencialmente desde o advento da industrialização, quando o uso e o aperfeiçoamento no manejar de materiais químicos deu origem a um esgoto sem foz saudável. Esquivar-se da poluição passou a ser desafio e a solução desse problema virou uma interrogação na cabeça do ativismo e – por que não? –, da arte contemporânea. Se pararmos para pensar em todas as formas possíveis para resolver tamanho quebra-cabeça, provavelmente levantaremos inúmeras e inusitadas ideias que venham a colaborar com a diminuição do efeito da poluição. É cada vez mais visível que os impactos causados por ela são oriundos de todo o processo de criação, uso e descarte dos produtos que chegam às mãos do consumismo. Em outras palavras, falar do prejuízo de um objeto descartado irresponsavelmente na rua, por exemplo, envolve falar, também, da forma como ele foi idealizado, desde sua estrutura física, materiais e processos químicos que o compuseram, até o modo como ele é utilizado pelo consumidor e como ele será entregue de volta à natureza. Ora, bem dizia Lavoisier que na natureza nada se perde tampouco se cria. Tudo se transforma. Assim sendo, a interrogação da cabeça dos ativistas também chega à dos artistas. De acordo com o sobredito, percebe-se a influência que a arte do processo tem sobre a poluição. O design vem a colaborar não somente com o início e desenrolar da logística do produto, mas dá a garantia do desenvolvimento da Logística Reversa, através da qual é possível trazer o lixo e materiais descartados de volta à indústria.