Desertificação
DESERTIFICAÇÃO EM GILBUÉS
ANA LÍVIA FORMIGA LEITE
TERESINA (PIAUÍ), MARÇO DE 2013
1.0 INTRODUÇÃO
A desertificação é um processo que consiste na degradação das terras semi-áridas, áridas e sub-úmidas secas, isto é, na destruição do potencial produtivo da terra, que resulta na transformação de uma determinada área em um deserto. Além de acarretar a degradação e causar uma “redução significativa dos teores de matéria orgânica do solo”(CAMPOS et all, 2011, página 2), a desertificação ocasiona a deterioração dos recursos hídricos, da vegetação e da vida socioeconômica da população.
No Brasil, as áreas em processo de desertificação são caracterizadas por longos períodos de seca alternados por períodos de chuvas intensas e frequentes, o que aumenta a erosão dos solos e o assoreamento dos rios. Existem quatro núcleos de desertificação no país, Irauçuba (CE), Gilbués(PI), Seridó(RN) e Cabrobó(PE), sendo o de Gilbués o único localizado no bioma Cerrado.
O município de Gilbués, no sul do estado do Piauí, apresenta um processo de desertificação bastante avançado, originado, especialmente, pelo garimpo excessivo de diamantes, na década de 40. Além dessa exploração, o pastoreio e o manejo inadequado do solo na região também contribuíram para que esse município se tornasse uma das maiores áreas em processo de desertificação no mundo (SALVIANO, 2003).
O Núcleo de Desertificação de Gilbués exibe diferentes características dos demais. Em geral, os solos dos outros núcleos são rasos, ou seja, são pouco férteis, enquanto o solo do município piauiense é profundo e possui rochas ricas em fósforo. Além disso, o índice pluviométrico em Gilbués é cerca de 1200 mm anuais, quase o dobro da média registrada nos demais núcleos.
Em decorrência dos solos férteis e do elevado índice pluviométrico, o manejo inadequado do solo por parte da população tem maior dimensão e responsabilidade no processo de desertificação