Desertificação na Paraiba
Paraíba é o Estado do Nordeste mais atingido pelo processo de desertificação do tipo muito grave. Aproximadamente 29% do território paraibano estariam enfrentando problemas, o que afeta diretamente mais de 653 mil habitantes. De acordo com a organização, 70% da Paraíba (em municípios que abrigam 1,66 milhão de pessoas) já sofrem em algum grau o processo de desertificação. Os dados constam do relatório “Mudanças de clima, mudanças de vida”.
Em decorrência desse processo, pode faltar comida na Paraíba nos próximos 20 anos, alerta o engenheiro a agrônomo Antônio Carlos Pires de Melo, membro da Patac (vinculada à Articulação do Semi-Árido), instituição vinculada à Articulação do Semi-Árido. Segundo ele, a diminuição – e conseqüente fim – da produção de alimentos na zona rural vai resultar em alta no preço dos produtos consumidos nos grandes centros, que terão de buscar os insumos em outras regiões do País.
A Organização Meteorológica Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) também lançou alerta, na semana passada, com base em estudos desenvolvidos a partir da intensificação de eventos climáticos como ondas de calor, enchentes, incêndios florestais e deslizamentos de terra. O esquentamento global e demais mudanças no clima afetam a estocagem da água, influenciando diretamente na vida das pessoas que dependem da lavoura para sobreviver. Fenômeno da desertificação é causado, principalmente, pela ação do homem, que provoca agressões ao meio ambiente, a exemplo de desmatamento e queimadas. A desertificação do solo paraibano se intensificou, de acordo com o agrônomo, devido a fatores como introdução e expansão da pecuária (grande número de animais em um pequeno pedaço de terra), além do crescimento das lavouras.