Desenvolvimento
A Desnutrição Protéica e energética possui importância epidemiológica relevante pois 1/3 da população infantil de países considerados em desenvolvimento apresenta algum grau de desnutrição do tipo primário, resultante da baixa ingestão de nutrientes. Além da elevada prevalência, a DEP torna-se, direta ou indiretamente, a principal causa de morbidade e mortalidade nas crianças abaixo de 5 anos, que é o período de maior vulnerabilidade. Isso pode ser explicado pela elevada velocidade de crescimento observada nesta faixa etária, com maiores necessidades energéticas e também pela perda paulatina da imunidade passiva.
Existem vários fatores de risco que podem estar relacionados ao aparecimento da DEP, muitos deles de origem ambiental. Sabidamente a prevalência da desnutrição em graus mais intensos é maior quando o nível sócio-econômico da população estudada é baixo. É importante destacar os antecedentes gestacionais e perinatais, particularmente tamanho e peso ao nascer e gestação em adolescentes; o ambiente físico, com ênfase no que se refere a saneamento e salubridade- riscos óbvios de morbidade; a situação familiar - composição de núcleo, presença materna e paterna, relacionamento afetivo, estimulação, problemas (etilismo, doenças mentais, instrução, cultura etc); a condição sócio-econômica (escolaridade, profissão, ocupação, renda, número de pessoas que moram juntas etc). Outros dados importantes na história seriam: a avaliação do estado de proteção vacinai, a HPP, para avaliação de doenças infecciosas anteriores, número de internações a que a criança foi submetida, e a observação de sintomas que podem estar associados ao baixo ganho ponderai (vómitos, diarréia, traumas etc) para auxiliar no diagnóstico da desnutrição primária ou secundária.
Finalmente, deve ser salientado que a presença dos sintomas e sinais clínicos de desvios nutricionais deve sugerir uma fase mais avançada ou grave da alteração nutricional. Na desnutrição em particular,