Desenvolvimento gustavo esteva
A palavra desenvolvimento foi usada como emblema para identificar a campanha política de Truman para presidente. Eles queriam algo que consolidassem uma hegemonia e torná-la permanente. Parte de seu discurso dizia: “O que imaginamos era um programa de desenvolvimento baseado nos conceitos de uma distribuição justa e democrática”. Ao usar a palavra “subdesenvolvimento”, Truman deu um novo significado ao desenvolvimento e criou um eufemismo para discretamente referir-se à era hegemonia norte-americana. E foi assim que subitamente criaram a nova percepção do “eu” e do “outro”. Daquele momento em diante, deixaram de ser o que eram antes, em toda sua diversidade, e foram transformados magicamente em uma imagem inversa da realidade alheia. Hoje, para dois-terços dos povos do mundo, o subdesenvolvimento é uma experiência de vida de subordinação, de discriminação e de subjugação. O entulho das metáforas utilizadas durante o século XVIII começou a fazer parte da linguagem popular no século XIX, com a palavra desenvolvimento absorvendo uma variedade enorme de conotações. Esse exagero de significado acabou por dissolver a precisão de seu significado. O desenvolvimento não consegue se desassociar das palavras com as quais foi criado: crescimento, evolução, maturação. A palavra sempre tem um sentido de mudança favorável. Indica que estamos progredindo porque estamos avançando segundo uma lei universal necessária e inevitável, e na direção de uma meta desejável. O conceito de desenvolvimento empobreceu-se ainda mais nas mãos de seus primeiros defensores, que o reduziram a crescimento econômico. Passou a constituir um simples crescimento da renda per capita nas áreas economicamente subdesenvolvidas. Em 1962, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas recomendou a integração dos dois aspectos de desenvolvimento. Naquele mesmo ano, as Propostas de ação da Primeira