Desenvolvimento de Fármacos
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Nos povos antigos, através do instinto primitivo inconsciente ou da indicação determinada de xamãs, encontrava-se alívio para o tratamento de doenças com o uso de produtos naturais, em uma procura a princípio “irracional”, mas que gerava alguns métodos terapêuticos eficientes. Com o passar do tempo, estes métodos foram transmitidos verbalmente por gerações até os “raizeiros” e com o desenvolvimento da ciência surgiram os cientistas especializados na área de produtos naturais no século XX. Assim, foi descoberto que naqueles medicamentos primitivos havia a presença de compostos químicos específicos e estes seriam os agentes responsáveis pelo tratamento, os fármacos (do grego, pharmacon = droga ou medicamento, ou veneno, ou beberagem mágica). Paracelsus (1493-1541) contribuiu significativamente para o nascimento da Farmacologia no final da Idade Média, afirmando que cada doença deveria ser tratada por um tipo de medicamento e que a dose certa define se uma substância química é um medicamento ou um veneno. Contudo, o cientista considerado o responsável pelo nascimento da quimioterapia, Paul Ehrlich (1854-1915, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina em 1908), exaltava a importância do uso de compostos químicos para tratamento de doenças na famosa citação que relatava: “o uso de fármacos para combater um organismo invasor sem prejudicar o hospedeiro” iniciando-se o pioneirismo no tratamento farmacológico. De fato, Ehrlich notara durante o seu doutoramento que compostos específicos, ou mais especificamente corantes químicos, interagiam com tecidos ou células específicas o que fez sugerir que há uma determinada afinidade que poderia levar ao desenvolvimento sonhado de “magic bullets”, ou seja, medicamentos muito eficientes que atingiriam seletivamente a doença, curando-a completamente. Ehrlich já acreditava na importância da estrutura molecular de compostos com atividade farmacológica nos processos biológicos e que estes fármacos teriam que interagir com os compostos