Desenvolvimento da inteligência em pré-escolares: implicações para a aprendizagem
A fase pré-escolar é um período crítico e importante para o desenvolvimento humano, pois fornece os alicerces para aquisição de outras habilidades mais complexas que serão desenvolvidas nos anos seguintes. Trata-se de uma faixa populacional que se encontra em processo de maturação biológica, observada por meio do desenvolvimento social, psicológico e motor1. Nessa fase, os pais e educadores passam a perceber de forma mais sistemática os comportamentos da criança e o seu aprendizado, fazendo comparações com outras crianças da mesma idade2.
Diferentes habilidades cognitivas são desenvolvidas durante a fase pré-escolar, tais como: percepção, raciocínio, memória, capacidade de autoregulação e automonitoramento, habilidades linguísticas, competências matemáticas3, formação de conceitos, construção e generalização de estratégias4. Também é possível observar o desenvolvimento gradual de funções cognitivas que têm importantes funções nas interações sociais, tais como: produção e significado da fala, capacidade para inferir estados mentais dos outros, consciência e sentimentos de si mesmo5. Estas são consideradas habilidades básicas, pois formam a base para o desenvolvimento posterior de competências necessárias à vida acadêmica.
Já na fase pré-escolar é possível identificar atrasos no desenvolvimento de funções cognitivas que podem se relacionar com diversos quadros clínicos precursores de problemas para a saúde mental. Dentre tais quadros, destacam-se: transtornos do espectro do autismo, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, transtornos de aprendizagem, deficiência intelectual, entre outros. Esses quadros se caracterizam por serem respostas comportamentais desviantes ou atípicas, identificadas por sua frequência, duração e intensidade, quando comparados ao padrão normal de desenvolvimento6. A dificuldade em identificar precocemente transtornos do