Desenvolvimento da EJA no Brasil: o que faltou?
A educação de jovens, adultos e idosos é uma modalidade de ensino que atende àqueles que não tiveram, por algum motivo, a oportunidade de concluir e/ou progredir em seus estudos. A alta porcentagem de analfabetos, marca do atraso de qualquer sociedade, sempre foi motivo de preocupação. Assim, a finalidade inicial desta era alfabetizar sujeitos, isto é, ensinar a ler e escrever.
A necessidade de educar jovens e adultos surgiu com a chegada dos portugueses ao Brasil. Ela foi iniciada pelos padres jesuítas, com o objetivo de difundir o cristianismo nas terras recém-descobertas.
Ao analisar a história da educação brasileira, percebe-se que a EJA é caracterizada pelo abandono, descaso e pouco incentivo por parte dos governos. Não houve propostas, interesse, objetivos e ações concretas que viabilizassem a referida modalidade, pois essa clientela praticamente foi excluída dos objetivos educacionais do nosso país. Faltaram ainda, nesse processo, capacitação específica para professores e a formatação de um currículo significativo que pudesse suprir as reais necessidades dos estudantes.
Por volta de 1964, com a Ditadura Militar, as possibilidades de avanços nessa área foram impedidas, inclusive o educador Paulo Freire (patrono da educação brasileira e grande instigador da EJA) foi exilado por expor seus ideais que enfatizavam a democracia, a liberdade e a transformação social.
O governo ofereceu alguns programas educacionais (exames supletivos, MOBRAL) que não obtiveram êxito, estes possuíam metas pouco significativas em relação à aprendizagem significativa do aluno, ao seu enriquecimento cultural.
Em decorrência dos avanços sociais, tecnológicos e científicos, verificou-se a necessidade de remodelar a EJA, ou seja, não apenas alfabetizar, mas também transmitir outros conhecimentos, formar o aluno como um todo.
Portanto, a educação de jovens e adultos perdeu diversas oportunidades de se aperfeiçoar, em decorrência da