desenvolvimento analitico
Antes de adentrar a densidade do texto, ainda no prefácio, comento duas assertivas do autor dada a importância das mesmas.
Primeira: “...Mas a seriedade do mundo da ciência não permite brincadeiras...Quem fica triste pode sempre ficar alegre. Mas no mundo da ciência também isto é proibido”. Não, não, o “mundo da ciência” pode ser de alegria e diversão. Certamente a percepção de ciência do autor foi construída de tal maneira a vê-la como um mundo insosso, cinzento e soturno. Quem se alegraria num ambiente assim?
Segunda: “...Medito sobre a religião como um caminho para o riso e para a beleza.”
Considerando a visão eminentemente cristã do texto, e reconhecendo as múltiplas e por vezes contraditórias interpretações, notifico que Deus não ri. Isso mesmo, não há uma só passagem bíblica em que mencione o sorriso divino, mesmo do Deus encarnado. Não recordo em nenhuma instância(música, artes plásticas, dança, ou outra) importante contribuição dos hebreus(criadores do cristianismo) para a beleza.
Percebo uma analogia proposital do autor em relação à própria história pessoal com a trajetória do povo judeu que foi expulso do paraíso nas pessoas do casal primevo e quando perambulou por anos no deserto, quando abre o texto com o capítulo DO PARAÍSO AO DESERTO.
No site pessoal CARPE DIEM está há uma seção intitulada túnel do tempo em que assevera: “Meu pai era rico, quebrou, ficou pobre”. Mas à semelhança de Albert Camus citado no texto, sentiu-se feliz na pobreza e argumentou “Conheci o sofrimento quando melhoramos de vida e nos mudamos para o Rio de Janeiro”.
Descreve a cidade natal como uma espécie de paraíso da infância em que” ...tudo era familiar e amigo: ruas, árvores, riachos e pessoas”.
Foi estudar “num dos colégios mais famosos do Rio”. Meus colegas não perdoaram meu sotaque mineiro e me fizeram motivo de chacota”.
Momento fundamental na biografia do autor, pois sentindo ‘...grande solidão, sem amigos. Encontrei