desenhos de araquitectos
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Universidade Lusíada Vila Nova de Famalicao – Faculdade de Arquitectura e ArtesÁlvaro Siza
Para que uma forma seja bela, ela precisa ser compreensível. Criando formas no concreto real, recusando modelos formais estáticos, Siza Vieira expressa um modo de ver facilmente fruído. A sua obra incorpora os valores poéticos e sensíveis da realidade. Uma articulação entre o social, o técnico e o expressivo. Fruto de uma poética pessoal, os desenhos possuem elementos ocultos mas virtualmente decifráveis, resultantes de uma ordem criativa consciente. É o olhar desperto de um homem procurando uma criação que resulta dessa demanda feita de disponibilidade, de atenção ao Mundo e às pessoas. Nestes desenhos, o arquitecto Álvaro de Siza Vieira mostra-nos toda a sua candura e sensibilidade, ternura e solidão, nostalgia e humor. Com traços de uma paixão imaginativa, observa, retém e vivifica. E cria novos caminhos. E também não é capaz de separar o mundo da geometria do mundo natural. A sua arte é o oposto dum modelo e dum estilo. Em Siza Vieira expressa-se um modo de ver. Um modo de desenvolvimento que se revela misterioso e oculto e que o próprio artista, à partida, não domina. O jogo da criação estética é a transcendência inesperada diante dos acontecimentos. Daí a obsessão constante pelo homem. Estes desenhos, têm subjacente um processo de entrega, uma realização baseada em códigos diferentes que procuram a comunicação inteligível, sensível e funcional entre humanos.
Por vezes dá a sensação que estes desenhos não estão terminados. Ou então, que saltam para além das medidas do quadro, desenvolvendo-se para além do formato, encontrando-se uns com os outros.
Explorando a natureza dos materiais, os seus valores textuais, a luz e a cor, a que acrescenta a dimensão temporal, estes desenhos talvez venham a determinar a sua obra arquitectónica, pois têm vindo a incentivar a sua espontânea criatividade. Obras que demonstram que é no confronto com a realidade