Desenhista
“... Embora a ótica humana reconheça, e embora admita forçosamente que os mais favorecidos socialmente, foram aqueles que intelectualmente, tiveram chance de melhor se instruir, existem fatores intrínsecos que conduzem humanidades futuras a permanecer em seu mistério no que tange a quem domina e a quem obedece. O europeu inconformado com a situação do hotentote, enaltece bem esse detalhe. Penalizado pela situação do pobre selvagem, passou a educá-lo nos melhores colégios, com os melhores professores, visando minorar sua situação e evidentemente sua posição no mundo e na sociedade e de fato, por um período muito longo assim o conseguiu. Por um período de quase uma década, longe de suas origens o homem, educado como europeu, passou verdadeiramente a o sê-lo (ratificando aquele velho axioma: "der Man in Deutschlan ist deutsche"). Porém, após ser educado, bem remunerado, bem vestido e mesmo bem tratado, e pelo fato de ter tido o seu instrutor falecido e recebendo ordens para retornar a um local, que de certa forma, ficaria mais próximo de sua aldeia e pelo ensejo, visitando os seus, ao contato da antiga vida selvagem, abdicou de tudo que havia possuido, abriu de tudo que havia conquistado, para voltar ao seu antigo estado primitivo, sem ansiar nem desejar absolutamente mais nada (?!). Tal comportament, infelizmente, leva a sociedade a acreditar, que existem pessoas que embora lhes seja dada a oportunidade de serem reis, preferem obstinadamente a antiga posição de escravos...”
Rousseau inicia sua a obra fazendo uma distinção das duas desigualdades existentes na espécie humana: a desigualdade natural ou física e a desigualdade moral ou política. Fica claro que a desigualdade natural não é o objetivo dos estudos de Rousseau, e sim a desigualdade moral ou política que é obtida por uma convenção e autorizada pelos homens.
Nas palavras dele o homem é “...um animal menos forte do que outros, mas, em conjunto, organizado de modo mais vantajoso do que todos