Desempregados Do Brasil
Márcio Pochmann
Introdução
A ausência de crescimento econômico sustentado ao longo das duas últimas décadas, aliada à adoção do receituário neoliberal nas políticas públicas, conduziu o Brasil à mais grave crise do emprego de sua história. Em grande medida, o fenômeno do desemprego foi oficialmente explicado, inicialmente, por decorrência da maior competitividade empresarial, da estabilidade monetária alcançada, do alto custo de contratação da mão de obra e da qualificação inadequada dos trabalhadores. A Crise do Emprego
O movimento de desestruturação do mercado de trabalho revela, certa forma, a natureza e a dimensão da atual crise do emprego. Três são os componentes do mercado de trabalho.
O primeiro está associado à presença, em larga escala, do desemprego emprego praticamente todos os segmentos sociais. O segundo componente que caracteriza a desestruturação do mercado de trabalho diz respeito à regressão dos postos de trabalho formais, o que contribui para a perda de participação do emprego assalariado no total das ocupações, também conhecido como desassalariamento.
O terceiro componente refere-se ao processo de destruição de postos de trabalho de melhor qualidade, sem a mesma contrapartida nos empregos criados.
Desemprego em Massa Desde o início da década de 90, o desemprego ganhou maior dimensão , sendo a partir de 1994 , responsável pela força de inclusão do Brasil no bloco dos quatro países com maior volume de desempregados.
Apesar de representar 3,1% da força de trabalho de todos os países, o Brasil possuía 6,6% do desemprego mundial.
Novidade do Desassalariamento
A diminuição na participação dos empregos assalariados no total da ocupação tem sido fortemente influenciada pela redução dos empregos assalariados com registro. Os empregos assalariados sem registros continuaram aumentando ao longo da década de 90, com taxas de variação insuficiente para compensar a perda das vagas com registro.
Ocupações