Deselvolvimento
Desenvolvimento
Sustentável e biodiversidade
Gestão racional e ecológica dos recursos ambientais
Bernardo Elias Correa Soares
Núcleo de Biossegurança, Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente, Fundação Oswaldo Cruz bernardo@fiocruz.br Aldo Pacheco Ferreira
Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental,
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca,
Fundação Oswaldo Cruz aldoferreira@fiocruz.br Resumo
Apesar do enfoque integrado, hoje praticado, entre condições e conhecimentos socioeconômicos e ambientais, o papel desempenhado por essa integração nem sempre é reconhecido por projetos que envolvam impactos estratégicos sobre o ambiente, nem figuram seriamente no contencioso das políticas públicas, principalmente dos países em desenvolvimento. É necessária, pois, uma abordagem epistemológica que reconheça a responsabilidade coletiva sobre as crises ambientais globais, indicando-se a necessidade de consideração de uma ética ambiental nos programas coletivos de sensibilização ecológica. Por outro lado, os padrões ideológicos e tecnológicos, importados dos países centrais, não permitem a utilização adequada do potencial ambiental de cada região, o que pode levar à deterioração dos ecossistemas. Além da gestão racional e ecológica dos recursos ambientais, os autores concluem que é preciso uma reeducação ecológico-ambiental, que respeite os critérios de interdisciplinaridade científica, os ditames de sobrevivência do planeta, bem como as perspectivas diferenciadas da cultura, do ser e do pensar humanos.
1. Introdução
O Século XX testemunhou o maior e mais rápido avanço tecnológico da história da humanidade e também as maiores agressões ao meio ambiente, decorrentes de um desenvolvimento que não considerou os impactos relevantes da revolução industrial e a finitude dos recursos naturais. Por outro lado, nas últimas décadas, o conceito ecológico vem se ampliando, dentro de um modelo de desenvolvimento que