Desejo de Aprender
O Desejo de Aprender
O desejo de aprender é uma matéria instigante. Trata-se de um fenômeno que aponta para dimensões distintas da realidade, as que dizem respeito ao indivíduo e à cultura. Pais, professores e todos aqueles responsáveis pela educação, seja ela formal ou informal, demonstram certa ansiedade em querer ajudar a criança a despertar o desejo para aprender e elevar o nível de eficiência do processo ensino-aprendizagem.
Uma coisa é tão certa como 2 + 2 = 4, um indivíduo só aprende se houver desejo, sendo assim, só se ensina se for capaz de despertar o desejo no outro. E esse é o maior desafio de um mestre, despertar o desejo em seus alunos ou discípulos ou filhos. E como se desperta ou atrai o interesse de alguém para aprender? Para Freud, “a criança só vai investir em gostar de alguma coisa se alguém investiu na possibilidade dela poder querer alguma coisa”. Estará sempre assujeitado ao desejo que, em última instância, é do outro. O indivíduo nasce com total possibilidade de andar. Mas andar não é tarefa fácil enquanto não se aprende. Se não tiver o desejo do outro essa tarefa fica mais difícil ainda. Portanto, podemos afirmar que o que ajuda a criança a aprender a andar é o desejo da mãe ou de sua substituta que projeta nela um ideal, acredita, apesar dos tombos, choros e riscos que cair e se machucar, que ela, a criança conseguirá vencer esse difícil desafio.
As possibilidades do conhecimento psicanalítico devem ser aplicadas à prática educacional, levantando as impossibilidades que um saber sobre o inconsciente enfrenta face à pedagogia que lida com o aprendizado do indivíduo. A psicanálise vai mostrar a natureza diversa desses ramos do conhecimento que têm objetivos incompatíveis: um trabalha pelo, enquanto o outro, contra o recalque.
Na visão que Freud apresenta em Conferências Introdutórias à Psicanálise de 1917, é objetivo da educação reprimir, inibir e proibir impulsos considerados pelo Supereu como