Desde A Antig Idade KAMILA
4571 palavras
19 páginas
Desde a Antigüidade, o interesse do homem pelo seu corpo e pelo dos outros pode ser comprovado através de escritos filosóficos, teológicos, médicos e de enfermagem, que documentam os cuidados, as experiências e as curiosidades do homem em relação aos tecidos do corpo humano, segmento corporal ou orgão em particular, nos diversos períodos históricos. Se destacarmos o tecido hematopoiético como exemplo, encontraremos registros de que “os povos primitivos untavam-se, banhavam-se e bebiam o sangue de jovens e bravos guerreiros para se beneficiarem de suas qualidades” JUNQUEIRA16. Hoje sabemos que a célula sanguínea é um elemento vital ao homem e imprescindível à manutenção da vida, possuindo elementos constitutivos que beneficiam o organismo no qual é transfundido. Essa transfusão para alguns autores, dentre os quais COLLINS10, é um transplante de órgão que envolve adaptação do receptor, riscos, bem como inúmeros benefícios. Dentre as primeiras experiências terapêuticas com o sangue, temos registrado o seu emprego desde séculos passados, quando foi obtido de três jovens para dar vida ao moribundo Papa Inocêncio VIII. Essa experiência não obteve sucesso por ter sido totalmente empírica. Em 17 de dezembro de 1666, Richard Lower, um pesquisador que estudava as possibilidades de se passar o sangue de um animal para outro, publicou os resultados de seus trabalhos no Filosóficas transactions. No ano seguinte, em 22 de julho, Jean Denis, professor de Filosofia e Matemática em Montpellier, médico de Luis XIV, fez um relato sobre uma transfusão de sangue de animal para homem, com ocorrência de reação hemolítica. Devido ao óbito de um paciente em 1668, Denis teve que responder ao processo movido pela viúva, gerando a suspensão das experiências hemoterapias por um grande período, até dezembro de 1818, quando a primeira transfusão sanguínea de um homem para outro foi realizada por Blundell, em Londres. JUNQUEIRA16. BOLLINGER2 relata que algumas lendas sobre a ocorrência de