Descobrimento do imperio
Do Descobrimento ao Império, entre os banhos fragrantes e o mau cheiro Desde a descoberta do Brasil em 1500, quando Pedro Álvares Cabral avistou a terra abundante em sua natureza única presenteada por plantas, flores e demais espécies fragrantes e pela beleza de índios, formosos em seu físico e interação com a natureza divina, havia traços culturais relevantes da relação dos nativos com os cheiros: a espiritualidade, a beleza e o asseio dos indígenas. Aqui era bem diferente da Europa onde as fragrâncias eram utilizadas para ocultar os odores desagradáveis e não havia o hábito de banhos constantes sob o medo de contrair doenças. Os europeus usavam o pretexto de que lavar as mãos e o rosto era um ritual suficiente de cuidados com o corpo. | |
Os índios e, mais tarde, os negros do país tinham outro comportamento: abusavam de banhos de cheiro e de cura com matérias fragrantes que eram valorizadas pela cura e proteção espirituais e pelas propriedades terapêuticas de bem estar e saúde. As cartas de Pedro Vaz Caminha e os relatos portugueses sobre a esplêndida aparência dos nativos afirmam que os índios eram muito limpos, depilados, de uma formosura ímpar e agradável ao olhar do português. Com isso, a herança genética dos povos brasileiros, de influências de brancos, índios e negros instaurou uma forma amistosa do Brasileiro expressar sua relação com os cheiros e norteou a História da perfumaria no país, no qual a fragrância sempre foi mais do que um mero produto de beleza e de perfumação, mas um código de comunicação com as emoções, com o zelo da alma, do corpo e do espírito, de expressar a essência humana do Brasileiro, que é naturalmente de bem estar, prazer e cultivo da autoestima.Usar e abusar de ervas medicinais, flores exóticas ou tradicionais em um banho, em uma cerimônia religiosa ou em uma festa Carnavalesca era também uma forma de afastar energias negativas, de entregar-se ao poder das espécies aromáticas e suas valiosas