Descartes, sonso comum ao bom senso. (introdução)
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INTRODUÇÃO Desde que comecei a estudar filosofia, um assunto que sempre me chamou bastante a atenção e me interessou, a partir dos aprofundamentos nas aulas de introdução à filosofia, é a questão do senso comum e bom senso (ou senso crítico). A partir daí, pude enxergar o quanto esse assunto é uma constante, em se tratando dos vícios que encontramos em relação à busca de um conhecimento fundamentado em experiências, ou ainda na dificuldade que existe com relação a uma aceitação de situações e experiências imediatas que muitas vezes, por falta de instruções, somos interpelados por “saberes adquiridos por tradição”, ou seja, uma manifestação do saber fundamentado no senso comum. Também a dificuldade nas questões políticas, pois não sabemos cobrar nossos direitos. Um fator muito importante que vejo hoje é o quanto as pessoas vivem na artificialidade, tanto no sentido religioso como em relação aos problemas atuais, como a questão ambiental, política, financeira, entre outros. Segundo as autoras Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, “A filosofia não constitui um saber abstrato, antes, porém, o próprio tecido do seu pensar é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano e por isso a filosofia se encontra no seio da história, e isto significa que a filosofia inicia a caminhada a partir dos problemas da existência.” Então podemos perceber que a filosofia é a ponte que se estende para o homem sair do comum para o crítico. Sendo o senso comum o primeiro conhecimento que podemos adquirir, então o que será necessário é transformar o conhecimento comum em crítico e não abandoná-lo. O filósofo Descartes na sua obra “o Discurso sobre o Método” diz algo que nos esclarece bem acerca de nossa discussão: [...] Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde os meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto, de modo que