Descartes: olho imaterial.
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Ao se aperceber que recebera falsas opiniões como verdadeiras durante anos de sua vida, Descartes reconhece que não foi suficientemente capaz de reconhecer a realidade. Partindo desse pressuposto, que fora fundado em princípios duvidosos e incertos, começa a desfazer-se então de todas as opiniões que até agora dera crédito e a duvidar até mesmo de sua existência. Descartes questiona-se sobre seus sentidos, chegando até questionar-se também se era tão dependente de um corpo e sentidos a ponto de não poder existir sem eles. Concluiu que seus sentidos foram por diversas vezes falhos, que é o que ocorre nos sonhos. Quando se sonha, acredita-se que tudo que se está vivendo é real, mas tudo aquilo foi uma ilusão enquanto se estava desperto de qualquer razão. O olho biológico é o que representa a visão, que é um dos nossos sentidos, e estes já foram acima descritos como falhos. Já o “olho” imaterial representa o nosso entendimento sobre algo que foi “superficialmente” percebido pelo olho biológico. O “olho” imaterial faz uma inspeção ao espírito, captando toda a essência e confirmando o que foi visto pelo olho biológico. Para melhor entendimento foi usado o exemplo da cera, que possui cor, forma, cheiro próprios, mas que são modificados quando é colocada em temperatura muito elevada. Apesar de todas as modificações sofridas, ainda podemos percebê-la como cera, uma vez que o “olho” imaterial consegue captar a essência e não só aquilo que estamos vendo. O nosso perceber não pode ser então baseado no olho biológico (embora seja necessário que este também atue enxergando a “matéria” e transmitindo para o “olho” imaterial) uma vez que este já nos provou não ser totalmente confiável, e sim no que entendemos por pensamento, que seria o motivo do nosso existir, e pelo entendimento proveniente do