Descartes - Meditações Metafísicas
Introdução
Neste trabalho tratarei brevemente da Meditação Primeira onde serão esclarecidas as noções primordiais para a compreensão da Meditação Segunda, bem como o abandono dos velhos conceitos, o princípio da dúvida hiperbólica, o argumento sobre o erro dos sentidos, o argumento do sonho e da loucura, esclarecimentos acerca do deus enganador e gênio maligno, e suspensão do juízo. Segue-se a segunda meditação com esclarecimentos acerca da primeira certeza, a certeza do Eu expresso através do cógito, investigação sobre essa natureza do eu e de como o espírito é mais fácil de conhecer do que o corpo que é expresso através do exemplo da cera.
Meditação Primeira
Logo no inicio da Meditação Primeira, Descartes delibera desfazer-se de todo conhecimento que adquiriu através do senso comum e da tradição por julgar que estes não transmitiam nada de seguro e certo, por conseguinte, a partir daí dedicar-se-ia a fundamentar algo que oferecesse verdade firme e algo que seja constante nas ciências’. O objetivo inicial é que, depois de ‘limpar o terreno’ das ideias, e dos pré-juízos, só sejam admitidos conhecimentos inteiramente indubitáveis, ou seja, que ofereçam plena certeza de verdade, assim ‘o menor motivo de dúvida deve levar a rejeitar todas’, Descartes apresenta aí um dos mecanismos mais importantes para o desenvolvimento de seu método, o princípio da dúvida hiperbólica, ele nega tudo que lhe foi posto como verdade e coloca à prova todos os conhecimentos, extremizando a dúvida, para assim adquirir a indubitabilidade, pois as certezas que são provenientes dessa dúvida alargada tem maior valor de verdade, tem seu valor equiparado à proporção da dúvida, que atinge todas as coisas e por isso maior valor de verdade; não será necessário investigar a autenticidade de todas as ideias, pois seria demasiado trabalhoso, por isso Descartes tratará de investigar, por hora, apenas os fundamentos