Desafios
Para explicar o passado, o presente e o futuro da escola no Brasil a partir da década de 1930, quatro mulheres que escolheram o magistério como carreira contam seus desafios, realizações e sonhos
Roberta Bencini (novaescola@atleitor.com.br)
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"Acredito no poder transformados da educação" Iracema Noemia Farina, idade não declarada ifarina@fainc.com.br Foto: Ricardo Benichio
A história da educação é contada por documentos, datas e relatos. Ao conhecer a memória e os planos de três professoras e de uma estudante de pedagogia, você vai compreender um pouco da trajetória do ensino brasileiro a partir da década de 1930. As opções, os desafios e as realizações de cada uma têm ligação direta com as lutas de poder, as leis, a participação do Estado na Educação e a valorização profissional do magistério.
No tempo da professora Iracema Noemia Farina, de São Paulo, era forte a participação da Igreja no ensino, e estudar era um privilégio de poucos. Se a paulistana Juliana Piauí, 19 anos, filha de uma diarista e de um porteiro, fosse contemporânea da professora, provavelmente não estaria cursando uma faculdade. Experiências diferentes e igualmente interessantes são contadas por Consuelo Carvalho, 60 anos, diretora de escola em Brasília, e Sonia Beatriz Leal Silva Rossi, 42 anos, professora em Salvador.
Além das fontes oficiais e de depoimentos, as imagens também são uma rica fonte para reconstruir a história de nossa escola. No início do século passado, as professoras eram retratadas ao lado dos estudantes de maneira séria, distante e formal. Já no final da década de 1980, elas apareciam descontraídas e sorridentes.
Nossa primeira escola foi fundada pelos jesuítas em 1542, na Bahia. O objetivo era propagar a fé e salvar a alma daqueles que não temiam a Deus, como os índios. Menos de 200 anos separam a partida dos jesuítas expulsos do Brasil pelo marquês de Pombal em 1759 do ingresso de Iracema no