Desafios das ongs
A causa é nobre, mas boas intenções não são suficientes para se criar uma organização não governamental capaz de produzir benefícios sociais efetivos e de forma sustentável. A situação atual das ONGs, como são chamadas essas organizações sem fins lucrativos, inclui dificuldades de várias ordens, como identificar fontes de financiamento, elaborar propostas consistentes, captar recursos e gerir as organizações e seus projetos. Elas enfrentam críticas sobre o papel que ocupam na economia e na sociedade, sua relação com o governo e as empresas, seu raio de atuação – isso sem mencionar a questão de apropriação indevida das relações institucionais e dos recursos. "É preciso avaliar com cuidado as questões envolvendo ONGs, pois esse universo é bastante diverso e complexo", considera Hebe Signorini, pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas (Nipiac), do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O conjunto de instituições identificadas como ONGs abarca desde santas casas até fundações que apóiam causas de naturezas diversas (meio-ambiente, cultura, profissionalização etc) e atingem públicos variados (como crianças, adolescentes em situação de risco, pacientes de doenças incuráveis ou idosos). Muitas vezes, situam-se no limiar de ações características de voluntariado ou, mais profissionais, cumprem papel fundamental em áreas não alcançadas por uma instituição pública. Acabam por representar uma opção de emprego para muitos pesquisadores que não conseguem ser absorvidos pelo mercado de trabalho formal.
“A captação de recurso representa um dos maiores desafios que as organizações não-governamentais enfrentam na atualidade. Para superar esses desafios, a Casa Talento está cada vez mais desenvolvendo estratégias para obtenção de recursos financeiros”, declara Marcondi Lima da direção da Associação Cultural Talento Suzuki que é