Deriva Continental
No século XVII, Francis Bacon, autor da frase inicial do presente artigo, já notava uma peculiaridade nos mapas-mundi produzidos na época e sugeriu a hipótese de que, um dia, os continentes estavam todos agrupados.
Já no início do século passado, o geógrafo e meteorologista alemão Alfred Wegener (o qual fez importantes expedições que acabaram lhe custando a vida), nutrido pelos mesmos questionamentos do filósofo inglês, publicou um livro, em 1915, denominado Die Entstehung der Kontinente und Ozeane, composto por quatro volumes e publicados posteriormente, que lançava as bases do que a comunidade científica da época conheceu como Deriva Continental.
Na busca por evidências concretas de suas percepções, Alfred Wegener encontrou várias relações geomorfológicas, paleoclimáticas, paleontológicas e litológicas entre os continentes, das quais destacaremos as mais relevantes:
Descobriu continuações rochosas entre as costas da América do Sul e costa leste da África;
Estudando o registro fóssil de plantas extintas, como por exemplo,a glossopteris, percebeu uma correlação na distribuição destes fósseis em regiões que hoje conhecemos como América do Sul, sul da África, Índia, Austrália e Antártica;
De igual maneira, percebeu correlações na distribuição fóssil de algumas espécies de dinossauros aquáticos, que habitaram regiões comuns no supercontinente;
Descobriu evidências de 300 milhões de anos (filamentos impressos nas rochas, indicando iguais direções no movimento de geleiras antigas) que mostravam que, nesta época, uma grande região sul de Gondwana estava coberta por calotas polares;
Descobriu também que, nesta mesma época, regiões comuns ao norte do globo (denominadaLaurásia) apresentavam ausência de geleiras e existência de vastas florestas tropicais e pântanos, que originaram, posteriormente, grandes reservas de carvão na Europa, EUA e Canadá, através do processo de deposição da matéria orgânica, ao