Dependencia
Sem dúvidas, a maior obra de Camões foi Os Lusíadas, livro que narra as glórias portuguesas, tendo como herói Vasco da Gama. Esta obra é marcada, no ponto de vista linguístico, por versos decassílabos – versos compostos por dez sílabas poéticas – e um esquema de rima cujo padrão é ABABABCC.
O diferencial desta obra não se deu apenas por essas marcas e por contar as histórias gloriosas de Portugal. O que torna essa obra tão intrigante é a forma como Camões mostra essa história. Tendo como base a literatura clássica, o célebre autor faz uso de figuras míticas, mas não se atém em apenas repetir ou copiar, como muitos autores da época fizeram. Camões traz essas figuras míticas com as características lusitanas (as ninfas do Tejo).
Além disso, Camões traz, em Os Lusíadas, outra curiosidade: a dualidade entre a lírica e a épica camoniana. Ele conseguiu, como poucos, essa marca. Ele consegue trazer a lírica por meio dos padrões de rimas, pela organização das estrofes. Quanto à épica, Camões escreveu um épico: o herói, Vasco da Gama, luta com as figuras míticas de Portugal, enfrenta os medos e, por fim, encontra regozijo e glória, a glória portuguesa.
A LÍRICA CAMONIANA
Camões escreveu sua obra lírica em duas formas: com o uso da medida nova e com o uso da medida velha. Contudo, o que mais se evidenciou foi o uso de sonetos, de maneira que esta é a forma mais difundida de sua obra (é aqui que se observa o ponto mais alto da obra camoniana).
É por meio da lírica camoniana que se observa o amor platônico, tão bem expresso por Camões, sendo este um reflexo de sua vida em suas obras (lembrando da grande influência das obras clássicas sobre a lírica e a épica camoniana). Contudo, esse platonismo ainda está controlado sob a ótica aristotélica, ou seja, sob a ótica racionalizada desse amor (neoplatonismo). Esse amor não está no campo sentimental, mas sim no campo das ideias. O amor não correspondido causa a frustração amorosa. Veja: