dependencia tecnologica
Influenciados pela análise da dependência, uma série de estudos sobre dependência tecnológica começou a surgir no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970. O foco dessas análises era a estrutura industrial incompleta e subdesenvolvida, criada na periferia durante o período de "industrialização dependente", que tinha como uma das suas principais característica, a incapacidade de gerar seus próprios requisitos tecnológicos (dos SANTOS, 1970).
A dependência tecnológica surge quando a maior fonte de tecnologia de um país está situada no estrangeiro. No caso de países do Terceiro Mundo, a maior fonte está nos países avançados.
Do ponto de vista da dependência tecnológica, duas razões principais respondem por essa situação. Em primeiro lugar, a natureza da industrialização por substituição de importações, na maioria dos países periféricos, implica, desde sua origem, o estabelecimento de indústrias de bens de consumo duráveis, pois havia demanda por esses bens por parte das classes média e alta, concentradas nas cidades.
Em segundo lugar, a dependência é reforçada, de um lado, pela falta de setores de bens de capital e serviços de engenharia bem desenvolvida, assim como pelo baixo nível de investimento em capacidade tecnológica para melhorar a produtividade industrial, gerar mudanças técnicas ou suprir os insumos necessários a novos investimentos. Por outro lado, a forma pela qual os países periféricos estavam inseridos na economia internacional, bem como a organização das instituições e mercados tecnológicos, também reforça a dependência.
Por último, a maneira pela qual a tecnologia é transferida contribui para a existência de baixos níveis de investimento em capacidade técnica, impedindo, assim, o desenvolvimento de uma capacidade tecnológica local.
Os estudos sobre a dependência tecnológica influenciaram algumas propostas de política em países do Terceiro Mundo. A maioria dessas recomendações objetivou o controle da transferência de