Segundo Dalgalarrondo (2000) a sexualidade, desejo fundamental do ser, ocupa um lugar central na condição existencial humana e manifesta-se sob três dimensões básicas: a biológica, a psicológica e a cultural. A forma específica pela qual cada um realiza a sua sexualidade é própria de sua existência no mundo, sendo uma vivencia carregada de intencionalidade e de desejos que buscam a satisfação. De acordo com Wang e Meleiro (1992) a sexualidade pode ser definida como o “conjunto de fenômenos da vida sexual, compreendendo a conduta em si e os significados pessoais, interpessoais e sociais dela decorrentes”. Entende-se sexo como um processo psicossomático que envolve mecanismos psicológicos e físicos. Para que seja um possível uma compreensão dos transtornos nessa área é necessário que se entenda esses fatores e suas inter-relações. Os componentes da sexualidade são a identidade sexual, a identidade do gênero e o comportamento sexual; os quais estão em inter-relação e influenciam o desenvolvimento, crescimento e funcionamento da personalidade. A identidade sexual refere-se aos componentes biológicos tais como cromossomos, genitália externa e interna, hormônios, etc. a identidade de gênero, por sua vez, necessita não apenas de fatores biológicos, mas também sociais e culturais para a sua definição. Enquanto a dimensão biológica da vida sexual diz respeito fundamentalmente ao impulso sexual correlacionado à procriação e à manutenção da espécie, a dimensão psicológica refere-se aos desejos eróticos subjetivos e à vida afetiva, e o cultural relaciona-se aos padrões de desejos, comportamentos e fantasias sexuais próprias das diversas sociedades e grupos sociais. Sendo assim, a vida sexual está vinculada à vida afetiva do sujeito, à personalidade total e aos símbolos culturais que geram e conformam as fantasias e práticas sexuais mais variadas. De acordo com Wang e Meleiro (1992) a maioria dos problemas nessa área são decorrentes do comportamento sexual. A relação