Dengue
Publicado em Terça, 29 Julho 2014 21:35
Escrito por Estadão Conteúdo
Produção em larga escala. / Divulgação
Foi inaugurada na tarde de ontem em Campinas, interior de São Paulo, a primeira fábrica brasileira voltada exclusivamente para a produção do mosquito da dengue modificado geneticamente para não deixar descendentes. Sim, é isso o que anuncia a empresa britânica Oxitec. Segundo afirmou a direção, a empresa conseguiu modificar o DNA do Aedes aegypti de forma que as novas gerações do mosquito não conseguem atingir a fase adulta e reprodutiva. A tecnologia tem como objetivo diminuir a população do inseto transmissor da dengue. A fábrica tem capacidade para produzir 2 milhões de mosquitos transgênicos por semana.
O uso do método já foi liberado no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em abril, mas a comercialização dos insetos transgênicos ainda precisa ser autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A liberação veio após testes feitos na Bahia apontarem a redução de 90% no número de mosquitos selvagens nos locais em que os insetos modificados foram usados. O método tem como objetivo soltar na natureza apenas os machos transgênicos, para que eles copulem com as fêmeas selvagens, sem resultar em descendentes adultos. Apenas os machos são soltos porque eles não picam o ser humano.
Na fábrica de Campinas, ocorre a reprodução em larga escala dos mosquitos transgênicos. Em uma das salas, os mosquitos fêmea e macho transgênicos copulam em vários recipientes que lembram gaiolas. Em seguida, os ovos são retirados e encaminhados para uma sala com climatização que favorece a saída das larvas dos ovos. Após oito dias, as larvas se transformam em pupas. Equipamentos separam os machos das fêmeas, que são descartadas, e as pupas masculinas vão para uma terceira sala. A estimativa da Oxitec é que, após a liberação para venda, o serviço custe de R$ 2 milhões