Democracia
Entretanto, a democracia de hoje afasta-se, e muito, do sentido etimológico da democracia clássica grega. “O ‘governo do povo’ tinha, então, um sentido bastante literal: cada cidadão participava diretamente das decisões de governo. Os cargos públicos permanentes eram, em geral, preenchidos por sorteio.”
Miguel (2003) relata que nossas democracias são democracias representativas (ato de um grupo ou pessoa ser eleito, normalmente por votação, para "representar" um povo ou uma população), pois é impossível constatar a democracia direta nas sociedades contemporâneas.
Segundo Miguel (2003), devido a questões como a extensão de nossos estados, que são muito populosos, torna-se inviável um dialogo que incorpore cada um de seus cidadãos. A especialização dos governantes é necessária por causa das questões políticas que são consideravelmente complexas. Além disso, “os afazeres privados absorvem demais cada um de nós, reduzindo ao mínimo o tempo para a participação política.” (MIGUEL, 2003, p. 26). “Mas a familiaridade com que a ‘democracia representativa’ é recebida pelos indivíduos não obscurece o fato de que ela encerra uma contradição. Trata-se de um governo do povo no qual o povo não está presente no processo de tomada de decisões.” Idem.
Conforme Carvalho (2001), após o fim da ditadura militar, em 1985, a construção da democracia no Brasil ganhou ímpeto. Havia a crença de que a democratização das instituições traria rapidamente a felicidade nacional. Pensava-se que o fato de termos reconquistado o direito de eleger nossos prefeitos, governadores e presidente da República seria garantia de liberdade, de participação, de segurança, de desenvolvimento, de emprego, de