Democracia
De acordo com um levantamento feito pelo nosso governo, em todo o país, milhares de pequenos agricultores não têm condições de pagar dívidas assumidas com o Estado há alguns anos atrás. Sendo assim, o governo aprovou a Lei 12.249 de junho de 2010, onde as dívidas assumidas com o país podem ser renegociadas com descontos de 45% a 85%, prevendo além disso, anistia em contratos assinados até 2001 a agricultores que devem até R$ 10.000,00.
Mesmo assim, de acordo com os agricultores, isso não é suficiente. Afirmando que praticamente todos os anos acontecem estiagens ou outras catástrofes ambientais, os pequenos agricultores garantem que não existe a possibilidade de quitação desses débitos. Assim, o governo se propôs a liberar nova linha de crédito de até R$ 20.000,00 para pagamento dos valores em aberto, mas novamente a liderança da agricultura familiar do estado do Rio Grande do Sul se impôs: pedem aumento da linha de crédito de R$ 20.000,00 para R$ 30.000,00, ampliação do prazo de pagamento de 7 para 13 anos e como se não bastasse um desconto de 46% nas parcelas pagas em dia daqui para frente.
Assim como a agricultura, as empresas também movem nossa economia, gerando emprego e renda para o país. Nesse cenário, muitas empresas também possuem dívidas com o Estado, mas qual o seu poder de negociação com o mesmo? Qual o abono ou anistia os empresários que sustentam trabalhadores e suas famílias ganham do governo em troca de uma manutenção sustentável de suas organizações? Porque a carga tributária das empresas é tão alta? Seria para cobrir essas dívidas de outros setores da economia?
Estamos em uma real democracia? Acredito que não.