democracia racial
ESCOLARES NAS TESES E DISSERTAÇÕES EM
EDUCAÇÃO (1987-2006): desafios da inclusão da cultura negra nas práticas curriculares Kátia Evangelista Regis(*)
RESUMO
Este artigo aborda resultados de doutorado que sistematizou e analisou os principais temas discutidos em teses e dissertações sobre relações étnico-raciais e currículos escolares, realizadas em programas de pósgraduação em Educação. Identificamos 187 estudos sobre relações étnico-raciais e Educação. Dentre eles, selecionamos os 51 trabalhos que versaram sobre relações étnico-raciais nos currículos. Recuperamos 29 estudos, nos quais utilizamos os referenciais da análise de conteúdo, por meio da análise categorial (BARDIN,
2008). Como resultado, agrupamos as pesquisas em 4 categorias: a) o negro nos livros didáticos; b) relações étnico-raciais no currículo em ação; c) estereótipos, preconceito racial e discriminação racial no cotidiano escolar e d) o ensino da história e cultura dos africanos e dos negros brasileiros nos currículos escolares. Este texto refletirá sobre a última categoria, discutindo os desafios para a inclusão da cultura negra nas práticas curriculares. Palavras-chave: relações étnico-raciais, população negra, currículos escolares.
A desigualdade entre negros e brancos está presente em diferentes aspectos que integram o cotidiano da sociedade brasileira, constituindo-se como um dos elementos estruturantes da realidade. Esta desigualdade se manifesta nas instituições educacionais através de seus currículos. O currículo concretiza as intencionalidades do processo educativo.
O currículo escolar é uma prática social complexa, construída historicamente, vinculada às relações sociais, políticas, econômicas e culturais. A sua análise, por conseguinte, não se restringe às questões internas das instituições educacionais, visto que as aprendizagens realizadas nesses espaços não ocorrem no vazio.
(*)
Graduada em História pela Universidade