Democracia Civil no Paquistão
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Com a morte de Zia, Ghulam Ishaq Khan assumiu a presidência provisória do Paquistão, que convocou novas eleições para o pais e abriu o caminho para a redemocratização paquistanesa. O PPP venceu as eleições de novembro de 1988, sem lograr obter uma maioria absoluta. Com o apoio de partidos menores, Benazir Bhutto foi nomeada primeira-ministra - a primeira mulher a exercer tal cargo num Estado muçulmano. Apesar de sua grande popularidade, Bhutto foi confrontada com numerosas dificuldades, como a violência étnica, problemas devidos à ocupação soviética do Afeganistão, a contínua tensão com a Índia. Os militares, por sua vez, hesitavam em sustentar um regime que apresentava uma aparência de corrupção e ineficiência. A coalizão governamental terminou por dissolver-se, com um voto de censura apresentado pelos partidos menores. Surgiu um conflito entre o Presidente Ishaq Khan e a primeira-ministra a respeito das nomeações dos militares de alta patente e dos altos magistrados. Em 6 de agosto de 1990, o presidente destituiu Bhutto e seus ministros e dissolveu a Assembléia Nacional e os legislativos provinciais.
As eleições de novembro de 1990 resultaram na vitória da coalizão dirigida por Mian Muhammad Nawaz Sharif, ex-ministro-chefe do Punjabe e líder da Aliança Democrática Islâmica (IJI). A IJI dispunha de maioria de três-quartos na Assembléia Nacional e do controle dos quatro parlamentos provinciais. Gozava, ainda, do apoio dos militares e do Presidente Ishaq Khan. Nawaz Sharif adotou um programa de privatização, de desregulação e de incentivo ao setor privado e ao investimento estrangeiro. Os efeitos deste programa foram contrabalançados pela drástica redução do auxílio americano, em virtude do Pressler Amendment, que visava a impedir a continuação do projeto nuclear paquistanês. Enquanto o governo buscava modernizar á economia do país, o legislativo aprovou em maio de 1991 uma lei que reforçava o estatuto da charia. A dificuldade em conciliar os diversos interesses